sexta-feira, 20 de março de 2015

Ponto de partida

 


   Há um dia em que dizemos basta e resolvemos mudar a nossa direção. Optamos por focar as nossas forças em novos objetivos. Todos nós atingimos um limite. O meu, foi quando me disseste que eu não seria capaz. A tua dúvida trouxe-me a minha força, a tua falta de confiança fez-me acreditar. Decidi correr atrás do meu sonho. Aquele que o nosso "eu" interior trás constantemente ao de cima. Aquele pequeno sonho reprimido por falta de oportunidade, por falta de tempo, falta de coragem. Aprendemos a sentirmo-nos completos com o que surge, acomodamo-nos com o fácil, o confortável. Quantos de nós podemos dizer que continuamos atrás do nosso sonho? Muitos desistimos pelo caminho, outros tantos achamos que a oportunidade ficou com a idade, que o sonho morreu com as responsabilidades. A minha dúvida é: existe limite para sonhar?

Soraia Silva

sexta-feira, 13 de março de 2015

Quando a gente quer...



   Quero tanto chegar até ti. Ultrapassar a barreira que me permite decifrar-te. Olho-te nos olhos e acreditas que não o consigo fazer? Não consigo decifrar a intensidade do teu olhar. Sinto a tua respiração ficar mais ofegante quando me aproximo, vejo as alterações de volume na tua caixa torácica, sinto que estremeces quando encosto os meus lábios quentes aos teus e adoro o jeito como te contorces e arrepias quando sussurro algo no teu ouvido. Mas acreditas que ainda não consegui interpretar o que sentes? Será que me sentes? Será que sabes, quando te olho, o que diz o meu olhar? Será que sabes que te quero todos os dias e não só na minha cama? Mas sim na minha cozinha, na minha varanda e na minha vida. O meu lado emocional diz que o sentimento é mútuo. Pelo menos eu quero acreditar que sim. Mas o meu lado racional diz que isso são apenas estímulos ao meu toque; diz que a entrega é apenas carnal. Quero acreditar que não. Não pode ser apenas prazer. O pequeno almoço na cama não é algo que se prepare para qualquer uma. É? Um beijo demorado não é de alguém que está com pressa para sair. Será? Mas a razão (essa maldita!) diz-me que quando a gente quer, a gente demonstra. Quando a gente quer, a gente corre atrás. Quando a gente quer, a gente fica. E a verdade é que não estás aqui agora...

Soraia Silva


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Sinto a tua falta




   E hoje só queria poder voar até ao outro lado do mundo para estar ao teu lado. Para ter o teu abraço, o teu calor, o teu carinho, o teu beijo. Não é qualquer abraço, é o teu. Sinto a tua falta. Falta de me aconchegar no teu abraço e sentir a tua respiração na minha face. De me sentir protegida apenas por estar envolvida nos teus braços. Falta de sentir o calor dos teus lábios e a sensação de um calor percorrer todo o meu corpo, deixando uma sensação de "borboletas no estômago" que dura um dia inteiro.Hoje só o teu beijo me iria confortar. Hoje só quero a tua presença e o teu sorriso. Adoro o teu sorriso. Amo as nossas conversas, as nossas gargalhadas juntos, as nossas provocações e as nossas brincadeiras. Hoje quero-te aqui. Demoras?

Soraia Silva

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Benji



   Hoje decidi escrever algo sobre o meu pequeno, o meu mimado, o meu melhor amigo. A maioria das pessoas não entendem o que é amar um animal. Para muitas ainda existe aquele estereótipo de que um cão serve apenas para guardar a casa, para impor respeito. Entendem que ter um cão: "dá estilo", "dá pausa". Mas quando se trata de dar carinho e afeto ficam muito aquém. Acham que nada lhes falta por colocar uma taça de ração e água à frente, para as necessidades diárias.
   Pois eu posso dizer que amo o meu. Aquele amor verdadeiro que cresce com uma intensidade que não é decifrável em palavras. É algo que se sente e se expressa por gestos, preocupações. Será um amor para sempre. Amo o meu cão. Sim, não gosto. Amo. Amo-o mesmo quando me tira do sério, quando faz travessuras e me vira a casa de pernas para o ar. Amo-o quando está quieto, quando quer brincar e quando me cobra por atenção. Amo-o quando me enxuga as lágrimas ou quando me dá um beijo de bom dia. Amo-o quando me recebe ao chegar a casa, tenha eu me ausentado por 5 minutos ou 5 horas. Amo-o nos dias tristes, nos dias felizes, nos dias quentes e nos dias frios. Amo-o com todo o meu coração. Amo-o para sempre. E esta é das mais simples formas de amar. Amo-o porque sim e sem qualquer explicação.

Soraia Silva

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Aquele olhar



   Não finjas que não reparaste porque sei que notaste a forma como olhei para ti. E sei que sentiste o meu suspirar quando me colocaste a mão na cintura, para me amparares. Provavelmente sentiste também a minha respiração a alterar-se, e sei que aquele teu sorriso se deve a isso mesmo. Sabes que mexes comigo e gostas dessa sensação. Sei que notas que, cada vez que me olhas, eu desvio o olhar. E sei que observas o meu sorriso bobo quando isso acontece. Sei que percebes o meu jeito atrapalhado quando me diriges a palavra. Irrita-me a forma como mexes comigo! Como tens poder sobre mim, sem eu mesma me aperceber. Fico tola na tua presença. Sim, tola. Não arranjo melhor palavra para descrever o estado atónito e embasbacado que fico quando estás por perto. Fico hipnotizada quando te vejo. Acabo mesmo por ficar sem reação, imóvel, estática. Pelo menos, é assim que me sinto. Tenho a sensação que os meus movimentos saem em câmara lenta. E ao mesmo tempo que passam apenas uns segundos até tu desapareceres, e eu ficar com a sensação que me escapaste por entre os dedos. Sempre me considerei uma mulher segura e com atitude, mas ao pé de ti sinto-me uma menina. Envergonhada, assustada, sem saber exatamente o que fazer ou o que dizer. Tu sabes que quando passas, inevitavelmente, o meu olhar segue na tua direção. Tanto que hoje, ao aproximares-te de mim, os nossos olhares cruzaram-se com uma intensidade tal que senti-me a corar no mesmo instante. E o sorriso que fizeste. Ah! Aquele teu sorriso... Derreto-me com ele. Sabias? Ainda estou a tentar decifrar o que se passa na tua mente. Se eu te olhar, consegues ler a minha?

Soraia Silva

quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Um pedido a Deus





 

   Este ano prometi a mim mesma que não iria fazer "a lista". Aquela interminável lista de coisas a fazer durante o ano. Com a idade começo a perceber que as coisas não são tão lineares assim. Com as experiências do último ano aprendi, duramente, que por mais que a gente queira uma coisa e lute por ela, sempre haverão obstáculos com os quais não estaríamos a contar. Esses obstáculos, por vezes, são suficientes para nos desviarmos do nosso caminho. Cabe a nós termos força suficiente para lidar com eles, contorná-los e apaziguar a poeira gerada. No entanto, sempre haverão situações sem luta possível. A tristeza de perder alguém dominou grande parte deste ano. Sentir-me impotente e perdida perante a minha família por nada poder fazer para acalmar a dor causada. 2014 seu cabrão, trouxeste a dor eterna a alguém que amo muito. Meu irmão, meu mano velho. Choro cada vez que, no teu olhar, vejo a tua tristeza; choro por saber que sofres; choro por não poder trazê-la de volta. Engraçado que a mim raramente me faltam as palavras para expressar o que sinto, e neste momento estou bloqueada a olhar para o papel, a tentar achar as palavras certas, a força de que careces, o carinho e amor que precisas. Ainda assim, as palavras são escassas então resta-me estar do teu lado, apoiar-te, fazer-me presente e não te deixar sentir sozinho. O tempo não irá fazer-te esquecê-la, mas aos poucos, acredito, (tenho de acreditar) que irás te sentir melhor, que essa dor vai ficar menos intensa e irás voltar a sorrir. Tenho saudades do teu sorriso. Já te disse isso este ano?
   Ao contrário da minha habitual lista, este ano de 2015 faço um pedido a Deus: Que tragas a felicidade a cada dia em pequenas coisas; que me possas incutir valores e bons sentimentos, apesar das adversidades. Que me dês a força suficiente para enfrentar cada dia e que eu possa sorrir sempre. Que cada pôr do sol leve as desilusões desse dia e que cada amanhecer seja uma nova oportunidade de recomeçar.

Soraia Silva