O instante em que os nossos olhares se cruzaram
despertou em mim algo que não consigo decifrar. Ou talvez até consiga. O amor.
O meu amor por ti. Um amor que continua vivo. Um calor que me percorre o corpo,
descendo e subindo, qual bola de ténis numa quadra. Houve uma explosão de
emoções no momento em que nos abraçámos. Sinto o calor do teu corpo e suspiro.
Suspiro porque te amo. Porque te desejo. Não quero sair do teu abraço mas
afasto-te. Olho-te e sinto todo o amor num só momento. Os teus olhos estão a brilhar
como um diamante. Sei que os meus também estão, sempre me deixaste com um
brilho no olhar sabias? Sorrio por dentro por estares aqui. Por perceber que
ainda é a mesma coisa. Saber que estás bem acalma-me o coração. Quero ignorar a
distância daqueles quatro anos e puxar-te para mim. Não sei o que fazer quando
a minha boca conhece tão bem a tua. Quando as minhas mãos sabem onde te querem
tocar. Prendo-me no teu olhar e quase que oiço os batimentos do meu coração.
Inquieto. Bate tão depressa que eu ia jurar que se ouvia ao redor. Tenho as
pernas a tremer tanto que sinto que vou cair a qualquer momento. Tremo e sinto
uma onda energética a percorrer todo o meu corpo. Respiro fundo e entro no
carro. Seguimos o caminho que nos levará a provar o elixir do amor e eu não sei
o que colocaram naquele chá, mas é certo que nos aqueceu o coração. O chá, a
troca de olhares e o carinho que sentimos um pelo o outro. Perguntas-me se
estou nervosa. Respondo que sim e mesmo que o negasse é notório o efeito que
causas em mim. Como sempre acalmas-me, e a maneira como o fazes transporta-me
para os tempos em que eu era tua. Cada detalhe da tua presença deixa-me num
estado de nostalgia. Eu tinha a resposta certa para todas as minhas perguntas.
Achava eu. Achava mal. Amo-te e disso não há a mínima dúvida. Durante o nosso
encontro tocas-me inocentemente na perna. E sentir a tua mão, o calor da tua
mão, causa em mim uma sensação de desejo incontrolável. O carinho entre nós não
desapareceu, nem a cumplicidade. Dias depois a gente beija-se e nada mudou. A
forma como me agarras a nuca, o doce dos teus lábios. Arrepias-me a espinha e
fico com uma sensação de borboletas no estômago, sensação essa que já não
sentia à tanto tempo. Tenho que me ir embora mas volto novamente atrás.
Agarro-te com mais vontade e beijo-te outra vez. Não quero ir e tu também não.
Pergunto se queres boleia até ao teu carro e tu respondes que estavas mesmo à
espera que o perguntasse. E eu estava mesmo à espera de alguém como tu. Nesse
dia voltei a apaixonar-me por ti. Mais uma vez perguntei: Se eu te pedir, ficas
comigo para sempre? – e tu ficaste.
Soraia Silva
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