sábado, 23 de janeiro de 2016

O poder do amor



   O instante em que os nossos olhares se cruzaram despertou em mim algo que não consigo decifrar. Ou talvez até consiga. O amor. O meu amor por ti. Um amor que continua vivo. Um calor que me percorre o corpo, descendo e subindo, qual bola de ténis numa quadra. Houve uma explosão de emoções no momento em que nos abraçámos. Sinto o calor do teu corpo e suspiro. Suspiro porque te amo. Porque te desejo. Não quero sair do teu abraço mas afasto-te. Olho-te e sinto todo o amor num só momento. Os teus olhos estão a brilhar como um diamante. Sei que os meus também estão, sempre me deixaste com um brilho no olhar sabias? Sorrio por dentro por estares aqui. Por perceber que ainda é a mesma coisa. Saber que estás bem acalma-me o coração. Quero ignorar a distância daqueles quatro anos e puxar-te para mim. Não sei o que fazer quando a minha boca conhece tão bem a tua. Quando as minhas mãos sabem onde te querem tocar. Prendo-me no teu olhar e quase que oiço os batimentos do meu coração. Inquieto. Bate tão depressa que eu ia jurar que se ouvia ao redor. Tenho as pernas a tremer tanto que sinto que vou cair a qualquer momento. Tremo e sinto uma onda energética a percorrer todo o meu corpo. Respiro fundo e entro no carro. Seguimos o caminho que nos levará a provar o elixir do amor e eu não sei o que colocaram naquele chá, mas é certo que nos aqueceu o coração. O chá, a troca de olhares e o carinho que sentimos um pelo o outro. Perguntas-me se estou nervosa. Respondo que sim e mesmo que o negasse é notório o efeito que causas em mim. Como sempre acalmas-me, e a maneira como o fazes transporta-me para os tempos em que eu era tua. Cada detalhe da tua presença deixa-me num estado de nostalgia. Eu tinha a resposta certa para todas as minhas perguntas. Achava eu. Achava mal. Amo-te e disso não há a mínima dúvida. Durante o nosso encontro tocas-me inocentemente na perna. E sentir a tua mão, o calor da tua mão, causa em mim uma sensação de desejo incontrolável. O carinho entre nós não desapareceu, nem a cumplicidade. Dias depois a gente beija-se e nada mudou. A forma como me agarras a nuca, o doce dos teus lábios. Arrepias-me a espinha e fico com uma sensação de borboletas no estômago, sensação essa que já não sentia à tanto tempo. Tenho que me ir embora mas volto novamente atrás. Agarro-te com mais vontade e beijo-te outra vez. Não quero ir e tu também não. Pergunto se queres boleia até ao teu carro e tu respondes que estavas mesmo à espera que o perguntasse. E eu estava mesmo à espera de alguém como tu. Nesse dia voltei a apaixonar-me por ti. Mais uma vez perguntei: Se eu te pedir, ficas comigo para sempre? – e tu ficaste.

   
Soraia Silva

Sem comentários :

Enviar um comentário